OS MODELOS DE NEGÓCIOS PARA STARTUPS – I

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OS MODELOS DE NEGÓCIOS PARA STARTUPS – I

OS MODELOS DE NEGÓCIOS PARA STARTUPS – PARTE I

OS MODELOS DE NEGÓCIOS PARA STARTUPS – PARTE I

Para você empreendedor de Startups que quer saber como adequar seu business aos modelos de negócios existentes na Economia 4.0 e atingir seu público alvo.

               Neste artigo iremos revelar quais os modelos de negócios mais comuns ou campos de atuação das startups, mais precisamente 20 modelos de negócios; iremos esclarecer que inclusive podem ser utilizados mais de um modelo numa mesma Startup.

               Lembrando, apenas, que a tecnologia é por demasiadamente rápida e dinâmica, o que pode trazer uma transformação muito veloz dos modelos de negócios, ora criando novos, ora tornando inoperantes modelos já existentes.

               Então vamos para os modelos de negócios de Startups existentes atualmente:

1- Market Place ou O2O (on line to off line);

2- Fintechs                        

3- Share Economy (Economia Compartilhada)     

4- Realidade Virtual;                                    

5- B2C (Business to Consumer);   

6- B2B (Business to Business)                                               

7-P2P (peer to peer ou ponto a ponto);  

8- Artificial Intelligence (Inteligência Artificial);   

9- Big Data Analytics                                   

10- Crowdsourcing            

11– Wearable                                                

12- E-commerce                                                          

13-Cloud Computing                                    

14- SAAS (Software as a Service)

15- Internet of Things (IOT Internet das Coisas);

16- Lawtech ou Legaltech                          

17- Equity Crowdfunding              

18- Agrotech                                                 

19- Edgtech ou EduTech        

20- RegTechs  

1. Market Place e O2O (on-line to off line)

               O modelo de negócios é adotado por empresas do mundo “on-line” para atrair e encontrar clientes do mundo “offline”. Funciona para atrair usuário “on-line” para trazer ofertas, reservas, recomendações e conexões e torná-los oportunidade de compra no mundo real. Também chamados de “LEADS generation” ou “Bricks-and-Clicks” (tijolos e cliques).

               Utilizam-se da sua plataforma on-line (website ou apps) para realização da compra ou e-commerce, adotando-se meios de pagamento eletrônicos, como paypal, pagseguro, etc.. Exemplos de empresas que adotam este modelo de negócios são o IFOOD, GRUPON, OPENTABLE, UBER, 99 TAXI e CABIFY.

               Em resumo, O2O é a união de descoberta, pagamento e avaliação de satisfação para comércio ou prestador de serviço off line.

               Como as empresas O2O lucram ou ganham dinheiro? Bem, elas recebem mediante a cobrança de uma taxa fixa (ou variável, conforme o caso), incidentes sobre as compras realizadas em sua plataforma.

               Quais as Forças e Fraquezas do modelo de negócio O2O? Entre as “Forças” pode-se afirmar que é um modelo de negócios com crescimento rápido, com grande poder de escalabilidade. Já entre as “Fraquezas”, podemos citar o fato de ser muito difícil angariar clientes e controlar a qualidade dos serviços prestados.

2. Fintechs

               As Fintechs são as startups que promovem transformações profunda para o mercado financeiro. São as novas formas de lidar com finanças pessoais, bem diferente do modelo convencional, no mais das vezes, quadrado e inadequado às transformações digitais.

               Para abrir uma conta no banco digital, p.ex., é preciso apenas de um smartphone com câmera e documentos pessoais, em mãos. Se você quiser ajudar a planejar e acompanhar o fluxo de caixa do financeiro da sua empresa ou pessoal, é só baixar o aplicativo no seu smartphone.

               Muita tecnologia vem chegando e sendo utilizada nas Startups de finanças, como por exemplo Inteligência Artificial e Big Data, que permitem que os bancos digitais treinem “robôs” com muitos dados, de modo que farão o atendimento quase que personalizado ao consumidor.

               Outra tecnologia importante, associada ao uso de Startups do Mercado Financeiro, ou FINTECHS, é a Blockchain, que permitiu a criação de moedas virtuais, totalmente descentralizada de um País ou Estado, cuja moeda mais conhecida é a BITCOIN.

               Exemplos de Fintechs no universo de Bancos Digitais são Banco Neon, Banco Inter e o Nubank, além do Next do Bradesco; É exemplo de Fintechs de Criptomoedas e Blockchain, como a FOXBIT; Tem as Fintechs de investimentos, como a Warren; Há Fintechs de controle financeiro, como o guia bolso e as de meios de pagamentos como a 4all e a Stone, e finalmente, as ligadas ao mercado de seguros, como a YOUSE (da Caixa Econômica Federal – CEF);

3. Share Economy

               Share Economy ou Economia Compartilhada ou Colaborativa é quando os consumidores dividem a compra ou o uso do determinado produto ou serviços. Exemplos como UBER, AIRBNB, YELLOW.

               Dicas relevantes para quem pretende atuar neste modelo de negócios de economia compartilhada são: (i) descubra onde está a capacidade excedente, isso porque os melhores negócios tiram proveitos de ativos já existentes; (ii) invista em negócios ligados à cidade inteligentes (smarts cities), já que é um campo mais promissor, como atuação em biocombustíveis, sistemas de planejamento urbano, startups que visem a utilização compartilhada de espaços públicos e empreendimentos ligados a logística; (iii) crie plataformas para conectar, organizar e dar voz ao usuários; (iv) invista em empresas que ajude a encontrar a pessoa certo, no momento certo (ajuda mútua); e (v) use o menos produto mínimo viável possível (mais barato e que funcione);

4. Realidade Virtual

               A Realidade Virtual democratiza a experiência como a internet democratizou o acesso à informação. É possível transportar o usuário para qualquer local, sendo bem difundido no meio médico, para simular cirurgias e auxiliar em diagnósticos clínicos. Este modelo de negócios também é utilizado em treinamentos de pilotos de avião, quando do curso de aperfeiçoamento para tirar sua licença de voo.

               Outro exemplo conhecido do público jovem, mais ligado à realidade aumentada, é o jogo POKEMON GO, que faz uso deste modelo de negócios de Realidade Virtual. Note que este game não cobra do usuário para ele jogar, logo, quando o jogo é gratuito, o produto é o próprio usuário. Significa dizer que os dados do usuário é que interessa ao dono do jogo.

               Perceba a sutileza do business: O usuário é obrigado a ceder parte de informações pessoais antes de iniciar o jogo, e na sua primeira “caçada”, o faz dentro de sua residência, fornecendo indiretamente imagens do interior de sua casa. Isto faz com que o Responsável pelo Jogo, detentor destas imagens cedam-na ou aos seus parceiros ou utilizam-na para fornecerem orçamentos personalizados de decoração, eletrodomésticos, etc ao dono da residência do usuário do jogo.

5. B2C (Business to Customer ou Business to Consumer)

               Significa dizer que este modelo de negócio se presta ao Fornecedor vender diretamente ao consumidor final seu produto ou serviço. Para crescer neste mercado, é inquestionável que os Players deste mercado devam dispor de uma grande quantidade de capital ou dinheiro para atingir seu cliente alvo, como consumidor final.

               Em outras palavras, possui um CAC (custo de aquisição de cliente) muito elevado, dependendo da estratégia de vendas. Foi assim com 99 taxi, Get Ninjas, Netshoes, Nubank.

6. B2B (Business to Business)

               Como o próprio nome diz, B2B significa Business to Business ou negócios firmados de empresas para empresas, ou seja, não envolve pessoa física, apenas pessoas jurídicas. Por se tratar de negócios firmados entre empresas, o que pode chamar é a atenção é o volume da venda de determinado produto ou serviço, bem como o fato das negociações devam ser aprovadas pelo respectivos corpos diretivos das empresas negociantes.

7. P2P (Peer to Peer ou Ponto a Ponto) ou C2C

               Este modelo de negócios permite que o consumidor contacte outro consumidor, ou de ponta a ponta, sem nenhum intermediário, trocando produtos ou serviços.

               Este modelo foi idealizado inicialmente para não cobrar nenhuma quantia dos usuários, apenas ganhando dinheiro com a venda dos espaços publicitários para terceiros. Porém este modelo sofreu algumas variações, de modo que, conforme a complexidade e grau de segurança exigido na troca do produto ou serviços, houvesse o pagamento de uma comissão ao detentor da plataforma de trocas, conforme o valor envolvido.

               Empresas Startups que se utilizam deste modelo de negócios são: Mercado Livre, Airbnb, etc.

               Para ter sucesso neste modelo de negócios, as Startups devam investir na boa experiência de conexão de ambos os lados, estabelecendo um bom relacionamento e satisfação mútua entre os usuário de ponta a ponta, permitindo o ganho de escalabilidade do negócio.

8. Artificial Intelligence (ou Inteligência Artificial)

               É um ramo da ciência da computação que permite desenvolver “robôs” simulando a capacidade humana de raciocinar, perceber, resolver questões, enfim, a capacidade de ser inteligente. Ela existe há décadas, e está intimamente ligada ao rápido desenvolvimento da informática e computação.

               Startups que se valem desta tecnologia, criam mecanismo que sistematizar e memoriar diversos dados, além de permitir que elaborem documentos de maneira autônoma, também conhecido como “Machine Learning” (aprendizado de máquina).

9. Big Data Analytics

               É coleta, organização e análise de grande volume de informações (dados) e, inclusive quando em conjunto com a Inteligência Artificial, é capaz de identificar padrões complexos, muito difíceis e lentos para os seres humanos.

               Desde que devidamente munido de MUITAS informações ou dados, mais inteligente o mecanismo fica. Logo deve-se ter em mente a preocupação com a Política de Dados dos Usuários da Startups, e discriminar todos os requisitos legais da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), que entrará em vigor em Agosto de 2020.

10. Crowdsourcing    

               É uma espécie de terceirização coletiva; É o modelo de produção no qual se busca conhecimento coletivo e voluntário recrutado na internet para solução de problemas do dia a dia. Desenvolver novas tecnologias, criar conteúdo ou prover serviços.

               “Crowd” significa multidão, e “Sourcing” pode ser traduzido como recursos ou fontes, em inglês.

               Esse sistema colaborativo permite que o Empreendedor de Startup solucione alguns problemas internos ou externos de sua organização, as quais só poderia ser resolvido por terceirização de alto custo.

              O Crowdsourcing usa de estratégia de trabalho colaborativa para divulgar um produto inédito a um grupo fiel de clientes, em primeira mão, a fim de que eles possam opinar e engajar ainda mais ao público fiel.

               Retomaremos este artigo sobre modelos de Negócios para Startups – Parte II, a partir deste ponto, a fim que possamos lhes trazer mais conteúdo e informações relevantes sobre o tema, de modo que o leitor não se sinta cansativo com a leitura, que é por demais relevante.

Felipe Ramalho Polinario

Advogado de Startups, Especialista em Processo Civil pela FGV/SP

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