“O dinheiro compra tudo”.
Cada vez mais essa frase tem feito sentido literal na vida das pessoas.
Costumeiramente precificamos as coisas através de medidas palpáveis ou mesmo de valoração intrínseca, ou seja, se algo tem valor pra mim, ela se torna mais cara ainda.
Mas quanto vale o seu avatar? Quanto vale o seu nome, CPF, RG, endereço, número de telefone, senhas pessoais, histórico médico, entre outros dados pessoais?
Segundo a reportagem, https://www.techtudo.com.br/noticias/2019/02/hackers-vendem-dados-de-127-milhoes-de-contas-na-dark-web-entenda.ghtml , hackers vendem dados pessoais na dark web.
A dark web nada mais é do que uma interface secreta e “escura” da internet que tem por característica não ser facilmente rastreada, o que facilita as práticas de atos ilegais e/ou imorais.
Mas por que vender dados pessoais na dark web?
Tenho insistido nisso principalmente por causa da Lei 13.709/2018, a LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS que entrará em vigor em Agosto de 2020.
O ativo mais importante para qualquer negócio (lícito ou não) são informações, e principalmente informações pessoais.
Com tais informações são aplicados golpes financeiros nas mais diversas plataformas e aplicativos existentes. Também são usados para influenciar e “controlar” posicionamentos políticos, religiosos, e de outras esferas importantes para a sociedade. Com tais dados se manipulam interesses.
Proteger os seus dados pessoais, tê-los protegidos por terceiros, ter acesso facilitado e poder controlar tais informações, ser ressarcido em caso de dano, ter a certeza de que o violador pagou por seu ato e não retornará à prática. Tudo isso está sob a proteção da lei.
Tenha uma boa equipe de compliance digital e LGPD, alie-se com aqueles que buscam estar em conformidade com a lei e com bons princípios, implante este mindset ao seu negócio, o retorno recompensará qualquer investimento.
E falando sobre a frase inicial: não, o dinheiro não compra tudo.
THIAGO DE CAMPOS VISNADI, Advogado Especialista em Direito Digital e Startups.